A TERRA QUE HÁ EM NÓS: sambas sobre “ensaios” de uma procura
Autor(a)
David Emanuel Madeira Davim – Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual do Ceará (CCT – UECE), Luiz Tiago de Paula – Faculdade Sesi de Educação (Fasesp).
Resumo
O que este escrito propõe são alguns passos, rumo a um querer-saber. Um saber que enlaça, em um único vôo, artes, ciências e filosofias para, assim, tecer entendimentos sobre um tema em questão: a crise ambiental contemporânea. Neste esforço interdisciplinar, a arte, em especial, o samba, nos alimenta de belíssimas imagens, para então refletir sobre o desencontro e ruptura humano-natureza. Imagens estas gestadas na reunião poética de artistas do samba. Ao nosso ver, de tal rompimento se releva o fundamento da crise em discussão. Aqui, algumas interpretações das artes são apropriadas pelo pensamento ambiental, sendo o último amparado por reflexões geográficas sobre a relação meio e sociedade. O ser humano perdeu a dimensão da terra que há em si mesmo, a partir do momento que se afastou e continua a se afastar da efetividade imanente. Paralelo a esse desterro, o pensamento convencional confortou-se em bases transcendentais, forjadas pelo peso e autoridade do racionalismo. Do otimismo racional fez-se o otimismo da técnica, edificada para submeter a natureza aos seus interesses. É sobre esse caminho que trilhamos, noesforço de compreender e pensar a crise que precisa ser enfrentada em nosso tempo.Palavras-chaveRelação sociedade e natureza; Samba; Terra; Crise ambiental.1Doutor em Geografia pelo IG-Unicamp, professor adjunto do curso de Geografia da CCT-UECE –Campos de Itaperi, Fortaleza-CE. 2Geógrafo e Mestre em Ciências Humanas e Sociais Aplicada pela FCA-Unicamp. Professor do Curso de Ciências Humanas da Fasesp.