16|09|2024

II Congresso Internacional de Educação Sesi-SP debate educação e futuro

por Lúcia Rodrigues, comunicação Sesi-SP

 

 

No primeiro dia, Antonio Póvoa, uma das maiores referências mundiais em educação,
ressaltou importância da ciência e do conhecimento

 

Educação e Futuro Juntos: humanização para além do ser humano foi o tema do II Congresso Internacional de Educação Sesi-SP, organizado pelo Sesi-SP e pela Faculdade Sesi de Educação e realizado na segunda-feira (16/9).

Com o objetivo de criar um espaço para a troca de experiências entre profissionais da área, contribuindo para o aprimoramento da educação em diferentes níveis e modalidades, o evento reuniu especialistas renomados do Brasil e do exterior, professores, gestores e estudantes.

Na abertura, Alexandre Pflug, superintendente do Sesi-SP, ressaltou que a Faculdade Sesi foi a primeira do Brasil a adotar a formação por áreas do conhecimento e falou sobre os programas educacionais da entidade replicados para as escolas públicas.

 

Alexandre Pflug, superintendente do Sesi-SP, ressaltou que a Faculdade Sesi
foi a primeira do Brasil a adotar a formação por áreas do conhecimento.
Foto: Everton Amaro / Fiesp/Sesi

 

A educação é transformadora. O Sesi tem as suas escolas, mas ao mesmo tempo apoia o setor público, e essa é uma solicitação do presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva. Diante disso, o Sesi lançou alguns programas, entre eles, Alfabetização Responsável, Recompondo Saberes e o Sem Barreiras. São programas educacionais gratuitos que a gente oferece para municípios do estado de São Paulo”, disse Pflug.

O presidente do Conselho Nacional do Sesi, Fausto Augusto Junior, afirmou que o mundo está se transformando e, com isso, a escola tem que mudar obrigatoriamente, mas para os países em desenvolvimento as mudanças são mais complicadas e demoradas.

 

Fausto Augusto Junior,, presidente do Conselho Nacional do Sesi, afirmou que o mundo está
se transformando e, com isso, a escola tem que mudar obrigatoriamente,.

Foto: Everton Amaro / Fiesp/Sesi

 

A educação não resolve todos os nossos problemas, mas não resolveremos todos os nossos problemas sem a educação”, concluiu.

O gerente de ensino superior e diretor da Faculdade Sesi de Educação, Luis Paulo Martins, disse que durante dois dias o II Seminário Internacional estará recheado de atividades acadêmicas e propostas para pensar o futuro.

Vamos discutir o ser humano para além dele, pensaremos em conjunto o futuro que queremos para nós e para o mundo por meio da educação”.

Luis Paulo Martins, gerente de ensino superior e diretor da Faculdade Sesi de Educação,
fala sobre o tema do II Congresso Internacional.
Foto: Everton Amaro / Fiesp/Sesi

 

 

PRIMEIRA CONFERÊNCIA

A primeira conferência do evento foi feita por Antonio Nóvoa, considerado uma das maiores referências mundiais em educação, doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra (Suíça), em História Moderna e Contemporânea pela Paris-Sorbonne (França) e doutor honorário da Universidade de Lisboa (Portugal). Ele ressaltou a importância da ciência e do conhecimento.

Segundo ele, na origem, os problemas ecológicos e climáticos foram detectados por meio da ciência. Há 80 anos, fomos alertados para esses “desastres climáticos”.

Para o professor, falar da finitude da terra é falar da responsabilidade que cada um de nós temos com o planeta. “Precisamos criar uma responsabilidade que nos leve a perceber a terra, o planeta como parte integrante da nossa dimensão humana, temos que ter uma consciência planetária e dar voz aos jovens”, avaliou.

A educação precisa ser capaz de nos colocar em paz com a terra, com a sustentabilidade e com os outros. Aqui entra também o diálogo sobre diversidade e mobilidade. Precisamos encontrar um denominador comum para os direitos humanos para combater a fragmentação do mundo, da escola e da educação”, ponderou Póvoa.

 

Antonio Nóvoa, considerado uma das maiores referências mundiais em educação, 
ressaltou a importância da ciência e do conhecimento.
Foto: Everton Amaro/Fiesp/Sesi

 

Segundo ele, esses temas fazem eco aos assuntos que serão debatidos na Cúpula do Futuro, na sede da Organizações das Nações Unidas (ONU), em Nova York, entre os dias 20 e 23 de setembro. A ideia é que a Cúpula do Futuro produza um plano prático para garantir um futuro melhor para as pessoas e o planeta.

Cinco grandes temas serão abordados durante quatro dias na Cúpula do Futuro, dentre eles, “Financiamento para o Futuro”, com ênfase particular em acabar com a fome e a pobreza, reduzir as desigualdades e aumentar a ambição para lidar com as mudanças climáticas.

O outro documento citado por Póvoa é denominado “Jovens e Gerações Futuras”. As propostas incluem compromissos para acabar com a desigualdade, promover educação de qualidade para todos e garantir planejamento de longo prazo.

A verdade é que precisamos urgentemente pensar no futuro. E um dos grandes dramas no mundo todo é que os movimentos políticos e muitas universidades só pensam no presente, no post, no like e nas redes sociais. Como se tivéssemos renunciado a pensar o futuro”, analisou Nóvoa.

 

O que queremos da escola?

 

O questionamento feito por Antonio Nóvoa engloba três palavras para a escola como instituição:

  • Conhecimento – tipo de conhecimento produzido pelo sistema escolar e pelo contexto social e econômico mais amplo, convergência das diversas áreas, organização dos currículos por temas transversais. Onde os conhecimentos possam contribuir para a aprendizagem dos alunos.
  • Pertencimento – senso de conexão, identificação e inclusão de um estudante em relação à escola onde estuda.
  • Envolvimento – relacionado a uma série de fatores, como o sentimento de estar em um grupo e viver relações interpessoais. Também se relaciona com a identificação com os valores da instituição.

 

Nóvoa defende que é necessário o desenvolvimento de três pilares para guiar a transformação educacional: a educação deve ser vista como bem público; a educação deve se portar como algo aberto e de conhecimento público, e a ciência deve estar ligada á cidadania e ao compromisso público.

Antonio Nóvoa explicou que a visão da educação como local de trabalho foi validada em reunião realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, para a Ciência e a Cultura (Unesco) em 2022.

Segundo ele, o encontro gerou um relatório que traz cinco ideias-chave para o futuro da educação: cooperação pedagógica para criar condições de aprendizagem mútua entre os alunos; convergência dos saberes nos currículos; colaboração na formação dos professores; convivialidade nas escolas; capilaridade, ou seja, a visão da escola como espaço público de educação.

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