16|09|2024

Ronaldo Christofoletti destaca o papel das escolas para a sustentabilidade no II Congresso Internacional de Educação SESI-SP

Professor da UNIFESP alerta para as consequências das atividades humanas na saúde dos oceanos, enfatizando a importância da formação de uma nova geração consciente

Por: Lais Fiocchi, comunicação Faculdade SESI de Educação

 

O II Congresso Internacional de Educação SESI-SP recebeu nesta segunda-feira, 16/9, o professor Dr. Ronaldo Christofoletti, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), que foi um dos palestrantes do evento. Ele trouxe uma perspectiva de urgência sobre a relação entre sustentabilidade e a mudança de hábitos. Em sua palestra intitulada “Por um planeta possível: caminhos de sustentabilidade para a transformação de comportamentos na escola”, o especialista destacou a ligação entre as atividades humanas e a saúde dos oceanos.

Christofoletti, que possui pós-doutorado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), pelo Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (CEBIMar/USP) e pela Bangor University no Reino Unido, destacou o papel crítico que o Brasil desempenha nesse cenário global. “Com a maior costa do mundo, estendendo-se por mais de 8.000 km, e 55% da população vivendo em áreas costeiras – ou seja, a 100 km do mar -, nosso país enfrenta desafios relacionados à gestão de resíduos e poluição. Menos de 50% dessa população tem acesso a sistemas de coleta de esgoto, resultando em despejo inadequado de dejetos em rios e oceanos”, explicou.

Ele também chamou atenção para a crescente frequência de queimadas no país e a necessidade urgente de uma transformação comportamental para enfrentar as crises ambientais. “O impacto das emissões de gases de efeito estufa no aquecimento global e nas temperaturas oceânicas é muito grande. Por isso, é importante que se faça uma transição energética para reduzir essas emissões e mitigar o impacto ambiental”.

Outro ponto abordado na palestra foi a relevância da educação para o tema. “Precisamos entender o papel da educação nos impactos da mudança de clima. A educação básica precisa ser olhada com clareza. Quem vai resolver a situação é quem está, hoje, em uma sala de aula. Por isso, todos precisam compreender esse sistema, independentemente da profissão que decidam seguir”.

A palestra também mencionou dados da pesquisa “Oceano sem Mistérios: A relação dos brasileiros com o mar”, realizada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com a UNESCO e a UNIFESP, que revela que quase metade da população brasileira não sabe que o lixo que joga na rua pode impactar os oceanos.

Para concluir, o professor enfatiza a importância de pensar no futuro e de humanizar a relação com o planeta, abrangendo não apenas a perspectiva humana, mas também o papel crucial dos oceanos, que cobrem 70% da Terra e tem uma enorme importância para a saúde e o equilíbrio do nosso planeta.

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